quarta-feira, 14 de abril de 2010

Minha história

Tenho 28 anos e me "descobri" lésbica há 4 anos. Passei 24 anos da minha vida, vivendo meia-vida. Fiquei e namorei alguns garotos mas sem sentir-me realmente apaixonada ou completa junto a eles.  Faltava alguma coisa. Até que um belo dia me vi apaixonada por outra mulher. Meu mundo virou de cabeça para baixo, mas eu resolvi que não iria fugir daquilo, pois até aquele momento eu não havia me sentido tão viva. Me aceitar foi a parte mais fácil. Foi como se eu realmente entendesse toda aquela angústia em que eu vivia. 

A minha maior preocupação era com a reação da minha mãe, então escondi dela o quanto pude, mas no inicio do ano passado minha atual namorada passou uns dias em minha casa, como amiga. Mas acho que estava tão óbvio o que havia entre nós que, quando ela foi embora, minha mãe perguntou o que ela era realmente minha. E como ela me perguntou de uma forma direta, fui direta também.


Eu havia ensaiado a conversa milhares de vezes antes, mas tremi na hora que a conversa foi a sério, mas fui firme disse a ela que eu não tinha feito uma escolha,  que não determinei um momento em minha vida pra começar a gostar de mulheres, que não era uma experiência, que eu não era rebeldia e nem estava agindo de alguma forma pra ferir alguém. Falei tudo que sentia e  que eu apenas estava me deixando viver como realmente sou e que ser de outra forma me faria extremamente infeliz.

Minha mãe chorou um pouco, disse que tinha medo do que eu enfrentaria, mas aceitou e me respeita. É a primeira a me defender quando minha irmã tenta me ofender com frases preconceituosas. Ela ainda diz que não entende muito, mas que quer que eu seja feliz acima de tudo.

Frase dela que eu acho que nunca mais vou esquecer: Filha, eu te criei pra você fazer suas próprias escolhas e tomar suas próprias decisões. Eu não posso te impedir de ser feliz. E se é dessa maneira que você esta bem, eu só posso pedir que Deus te abençoe.

O restante de meus familiares não sabem ou eu penso que não sabem. Não minto, mas omito. Ainda acho desnecessário, afinal eles não participam ativamente da minha vida, os vejo em ocasiões festivas e só.

Já pra minha namorada as coisas não foram e nem são nada fáceis. Mas essa é a história dela, quem sabe um dia ela vem aqui e conta.

P.s. Helena, parabéns pela iniciativa. Sei que tem muita gente que busca apoio e um pouco de esclarecimento e encontra em seus textos alguma força e calma.

Grande abraço.

* Cláudia - Rio de Janeiro.

3 comentários:

Tânia disse...

Que bom que conseguiu uma comunicação harmônica com sua mãe. Sua mãe pode suavizar sua vida. É muito bom ter o apoio da mãe nessas horas.

Anônimo disse...

Você tem razão, sua vida interessa às pessoas mais próximas. Só realmente quem te ama irá te apoiar, boa sorte!

Raíssa disse...

Linda tua historia!
Se tua mãe ta do teu lado... Tu podes enfrentar o resto do mundo tranquilamente.
Te cuida! Beijos