quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A tão sonhada Fe-li-ci-da-de!!

Bom, eu nunca fui uma criança muito normal, sempre fui um pouco madura demais pra minha idade, cresci em um meio evangélico, para ser mais precisa fiquei 10 anos na IURD (Igreja Universal do Reino de Deus) e 5 deles como obreira.

Fui sim muito dedicada, aprendi muita coisa nesse tempo em que fiquei lá, mas sempre chega a hora em que algumas opiniões não batem e aí começa a intolerância e tudo mais ligado a ela...

Iniciei minha faculdade de psicologia, sempre fui muito aberta a tudo e sempre tive uma percepção das coisas muito positiva.

Acredito que por ter sido tantas vezes julgada, discriminada e sempre no meio de tantas regras e pressões por todo lado, hoje sou livre de limitações, sei lidar muito bem com as pressões e pouco me importo com o que vão pensar, achar e falar de mim.

Meus  namoros com os rapazes nunca foram para frente por muito tempo.

Minha paciência sempre foi pouca, minha cabeça sempre esteve à frente, então sempre fui de certa forma interessante a eles, mas eles nunca me despertaram tanto interesse.

Mas namorava homens por que de alguma coisa gostava, cheguei a ser uma tarada por homens, mas alguma coisa faltava.

Eu me dedicava, dava o melhor de mim, mas nunca o que recebia de volta era o suficiente e o tempo passava e a mesma coisa acontecia: eles sumiam.

Nunca sofri ou chorei por algum relacionamento rompido, sempre fui firme, sempre me amei muito e sempre tive a ideia fixa: ''Eu dei o meu melhor''.

E isso me bastava.
Minha mãe me achava estranha, fria e até chegou a dizer que eu não amava ninguém a não ser a mim mesma.

Quando entrei na faculdade tinha algumas semanas que o meu ultimo relacionamento havia terminado.

A ideia de me relacionar com mulheres e desistir de uma vez dos homens sempre martelava na minha cabeça.

Nunca fui tão vaidosa, e nem ligada a essas coisas típicas de ''mulherzinhas''. Hehehe. Minhas amigas sempre tiveram que praticamente me obrigar a calçar um salto e me maquiar um pouco.

Sempre fui a favor de estar sempre confortável e nada de chamar tanto a atenção.

Pois bem, na faculdade, no primeiro dia de aula, o olhar de uma garota cruzou o meu e me fez tremer as pernas e entrar em um momento de confusão astral. 

No segundo dia e nos próximos eu me peguei desejando ela e atraída por tudo nela, desde o cheiro a pele a voz a personalidade as curvas...nos identificamos muito e logo sentávamos juntas.
Precisei apenas de uma semana para deitar minha cabeça no travesseiro e tentar arrumar toda a confusão de sentimentos.

Em uma semana assumi para mim mesma: ''Estou apaixonada por ela e isso é um fato''. 

Reformulei todas as minhas opiniões no que se refere a religião, sociedade, amigos, sexo.

E então reuni meu grupo de amigos e joguei as cartas na mesa: “Estou apaixonada por Ela!!!”

Me receberam com piadinhas, hehehe, mas foram tranqüilos.

Algumas semanas se passaram e ela foi me visitar no trabalho com a sua ''amiga'', que, claro, no dia seguinte me revelou que era sua namorada.

Os dias foram passando e em uma mesa de bar com a galera da sala, sem perceber entre um copo e outro de cerveja entramos no assunto de homossexualidade.

E então dei minha opinião disse que não era curiosa, mas que me apaixonei por uma mulher. Apenas aconteceu: me senti atraída e aceitei tudo numa boa. 

Nunca tive curiosidade de beijar outra mulher, o que sentia por ela era atração, admiração, desejo... Bom, isso passou. Hoje ela é casada com a namorada e são felizes. 

Troquei de faculdade por perder a bolsa que eu tinha .....e é ai que a minha historia começa...

Também no primeiro dia de aula, vejo entrar uma garota linda, de olhar meigo e jeito tímido, me apaixonei de cara, trocamos algumas palavras como nome, msn e coisas do tipo, contei a ela a minha historia e como me descobri lésbica. 


Claro que com medo, porque seria nessa conversa que eu iria saber o que fazer com o que eu estava sentindo. A reação dela foi de acolhimento, o que me deixou mais calma: pelo menos ela não era homofóbica.

Três semanas depois já havíamos ficado, e o pedido de namoro já tinha sido feito. 

Hoje eu sou totalmente completa e satisfeita.

Nunca tive um relacionamento que me fizesse tão bem e que tudo fosse tão recíproco.

Me sinto amada e amo muito, estamos no nosso segundo mês de namoro, mas parece que já são anos.

Ela ainda está na fase de se aceitar e de organizar as opiniões dela no que se refere a reação da família, religião e tudo mais.

Estamos muito felizes, embora ainda tenhamos que nos esconder, que inventar desculpas para sair, sendo que nossa vontade é de expor e de gritar pro mundo que nos amamos.

A bomba lá em casa explodiu. 


Minha mãe faz que não vê. Meu pai está mais tranqüilo, mas não encara as coisas e ambos pensam e se iludem que estou sozinha e que tudo foi apenas uma fase.

Meus amigos apóiam, já a situação dela é bem pior: a madrinha é freira, os pais moram em uma cidade no Goiás, pequena até, ela está aqui em Brasília com o apoio da madrinha e a última coisa que ela quer é decepcionar ela.

Os amigos dela não a apóiam, todos em volta dela são conservadores e católicos assíduos. Estamos em uma fase delicada, mas é fato que estou completamente apaixonada e louca por ela.

Ela é tudo para mim, é a minha menina, a minha namorada... e estou disposta a tudo por esse amor !!! 


Então, forças meninas!! 
Que o que realmente importa é a tão sonhada felicidade!!

7 comentários:

Isa disse...

Que linda a sua história moça! ^^
Muitas felicidades! bjoo

Alice disse...

Espero que dê tudo certo pra você e pra todas nós. Minha situação é bem parecida com a sua, a diferença é que depois de um ano que minha mãe fingia não ver, a bomba explodiu de novo. Agora estou na fase de procurar um lugar pra morar e uma maneira de me sustentar mais estável, porque voltei a fase de "terminei com ela", mas a pressão psicológica é enorme e pesada demais, praticamente não saio mais de casa.
A parte boa: Estou há um ano com a mulher da minha vida. Com o amor que a vida me deu de presente.

Fique com Deus, meu anjo, que dê tudo certo pra vocês!!
Beijos

Janie... disse...

[...] Bom, eu nunca fui uma criança muito normal, sempre fui um pouco madura demais pra minha idade, cresci em um meio evangélico[...] Olha! A história da minha vida!

:)!

Mindal disse...

Diferente e criativo, além de conter um conteúdo riquissimo, estou seguindo e pedindo que faça o mesmo me seguindo

Abraços,

http://saborescorespontocom.blogspot.com.br/

Anônimo disse...

Gostei sou invagelica mais estou comfusa tenho medo que todos saibam que sinto atração por mulher

Devanear disse...

Gostaria muito de conversar com você por msg! Estou passando por esse turbilhão preciso de ajuda.

Anônimo disse...

eu sou uma garota cristã e tal... E o mesmo aconteceu comigo, tive um relacionamento com um rapaz cristão, mas não deu certo ... A primeira pessoa que senti atração foi por minha melhor amiga, não foi atoa, ela me provocava muito rsrsrs, mas me arrependi, me afastei totalmente dela, hoje ela é bissexual. Recentemente me apaixonei por minha melhor amiga, que conheci em uma sala de bate papo, ela é uma pessoa muito bacana e que se encaixa comigo e tal, mas resolvemos não viver isso... porque quando se tem um relacionamento com Deus vc sabe e tem a certeza que não pode viver sem Ele... E acredito sim em amor, mas acima de tudo meu amor maior tem que ser Ele assim como diz em seus mandamentos...